Gorduras boas e gorduras ruins

Data de Publicação: 09/02/2018
Tempo de Leitura: 3 min.
Sumário
Gorduras boas e gorduras ruins

Pesquisas recentes que avaliam o consumo alimentar mostram que o Brasil passa por uma transição nutricional. Dados levantados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostram que o consumo de alimentos industrializados cresceu e junto a isso, o consumo de gorduras também.

A gordura na alimentação é associada, na maioria das vezes, há algo ruim. Mas a verdade é que o consumo de gorduras, desde que feito em quantidade adequada, com conhecimento dos variados tipos e suas fontes alimentares, pode sim ser benéfica à saúde.

No nosso organismo, as gorduras exercem inúmeras funções. Elas estão presentes na camada que envolve nossas células, fazem o transporte de nutrientes e ajudam a manter nosso corpo aquecido. Como nem tudo são flores, gorduras em excesso, principalmente as ruins, levam a obstrução de artérias importantes, causando assim, problemas como o infarto, AVC e trombose.

A American Heart Association publicou novas recomendações sobre ingestão de gorduras, em relação às doenças cardiovasculares. Veja os principais pontos:

1) Não recomenda-se a redução da ingestão de gordura total. Dietas com baixo teor de gordura NÃO previnem doenças arteriais coronarianas.

2) Reduzir a ingestão de gordura saturada e aumentar a ingestão de gordura poli-insaturada simultaneamente está associada a uma redução nos eventos de doenças cardiovasculares semelhante ao que é alcançado com estatinas.

3) Substituir gordura saturada por gorduras poli-insaturada ou monoinsaturada reduz os níveis de LDL e triglicerídeos.

4) Gorduras poli-insaturadas (por exemplo, óleo de milho) parecem ser mais eficazes do que as monoinsaturadas (por exemplo, o azeite) na redução de eventos cardiovasculares.

5) O óleo de coco, que é principalmente gordura saturada, aumenta a LDL assim como outras gorduras saturadas.

6) A mudança de gorduras saturadas para insaturadas deve ocorrer ao lado da aderência a um padrão de alimentação saudável.

Veja como escolher e controlar os tipos de gordura que você irá consumir:

Monoinsaturadas
Azeite de oliva
Óleo de canola
Nozes e castanhas
Poli-insaturadas
Peixes oleosos como salmão, arenque, cavala e a sardinha
Óleos de soja, óleo de milho
Cremes vegetais
Linhaça
Chia

Destacam-se entre as gorduras poli-insaturadas, o ômega 3 e o ômega 6, pois nosso organismo não é capaz de produzi-los, ou seja, eles só são obtidos através da alimentação.

O papel de ambos é importante para o organismo, pois ajuda no controle de processos metabólicos como a inflamação, comum em pessoas com diabetes.

Saturadas
Carnes e gordura aparente de carnes e aves
Leite integral
Queijos (altas concentrações especialmente nos queijos amarelos)
Manteiga
Azeite de dendê
Óleo de coco
Óleo de Palma
Trans
Biscoitos
Margarina
Sorvete
Batatas fritas (prontas ou congeladas)
Salgadinhos de pacote

Agora que você já conhece um pouco do assunto, discuta com o seu nutricionista. Tenha em mente que em seu plano alimentar deva ter como prioridade sempre um prato saudável, com todos os tipos de nutrientes, inclusive as gorduras poli e monoinsaturadas.

Referência Bibliográfica:
Santos R.D., Gagliardi A.C.M., Xavier H.T., Magnoni C.D., Cassani R., Lottenberg A.M. et al. Sociedade Brasileira de Cardiologia. I Diretriz sobre o consumo de Gorduras e Saúde Cardiovascular. Arq Bras Cardiol. 2013;100(1Supl.3):1-40.
http://www.diabetes.org.br/publico/conhecendo-nutrientes/834-gorduras-vilas-ou-mocinhas
Dietary Fats and Cardiovascular Disease: A Presidential Advisory From the American Heart Association. Circulation. 2017; https://doi.org/10.1161/CIR.0000000000000510
http://www.jwatch.org/fw113002/2017/06/16/aha-offers-guidance-replacing-saturated-with-unsaturated

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